Há quem diga que o sucesso no Brasil é feio. Que não é bem visto. Que ser famoso não é bonito. Etc.
Tenho que discordar. Aos meus olhos, a verdade é bem o contrário. O ser famoso, no Brasil, é lindo. E exagerado – especialmente nos peitos e na bunda, ou talvez na magreza, se for mulher. Tem um rostinho amável de se ver. A voz não importa muito: pode ter sotaque de interior, com péssima dicção e pensamentos tão desorganizados que seriam melhor entendidos no SAP e mais bem aproveitados no Mute. Mas repito: isso não importa. O ser famoso é lindo.
E todo mundo quer ver o sucesso. Nas revistas, nos jornais, na TV. Na Playboy, se for possível, também. Mas ninguém quer ver o famoso num teste de conhecimentos gerais sério. Mas não é porque não fazem questão de saber que a pessoa é inteligente ou não, mas porque todos já sabem o resultado. E não tem graça ser informado a respeito do que já se sabe. Quando tem algo assim, chamam de Concurso de Inteligência. Mas o nome ideal seria diferente: a avalanche do fútil.
Mas nada disso retira crédito do fato: o sucesso é (e está) no lindo, não no feio. O sucesso quer ser visto, não escondido.
Então não compreendo esta história que contam sobre a feiúra do sucesso e da fama no Brasil. É claro que muitos são invejosos, mas o fato é que a grande maioria das pessoas possui a inveja quero-ser-como-ele(a), não a “inveja (sic) desprezadora”, aquela que tenta repensar os valores da sociedade.
O outro fato é que o ditado de “sucesso é feio” serviu como uma luva para as pseudocelebridades que, incapazes de lidar com crítica e de reconhecer que sua fama pode estar imersa na futilidade, precisam de um ditado superficialmente profundo para justificar sua própria superficialidade.
O que mostra mais uma vez a falta de reflexão. Porque o barco só encalha em mares rasos.
Gostei do texto e ele me levou a algumas reflexões. Ia comentá-las aqui, mas o desenvolvimento tornou o texto longo e preferi publicá-lo no meu blog.
Não sei se consegui pingar seu post corretamente.
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Fútil ou não…eles conseguiram…nós falamos sobre isso,queimamos muitas células escrevendo sobre isso,críticando…numa eleição eles ganhariam com uma grande margem…90% da população mundial acha belo o que fazem…eu sou só um bebado…quero me encaichar aos 90%…e você?…ou vamos continuar com esse sentimento de superioridade tão superficial?…
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Rico
Eles só “conseguiram” a idolatria das massas. É bem possível que o povo não valorize aquilo que nos traria uma sociedade melhor — e isso pode ser considerado um problema.
Mas a questão do texto são as pseudocelebridades, especialmente na internet, que pensam fazer parte de uma “nova geração” de pop stars. Essa “nova geração” seria diferente da anterior, e teria seu valor em aspectos mais profundos de sua personalidade do que a aparência.
O que eu digo é que isso não é verdade. Essa nova geração é tão fútil, tão feita de opiniões velhas e surradas quanto a anterior. Porém eles não reconhecem isso, e pensam estar em ‘águas profundas’ quando estão em ‘águas rasas’.
Logo, estou dizendo que eles não estão aproveitando o momento que tem, por falharem em reconhecer o caminho pelo qual chegaram onde estão, imaginando-o uma estrada mais ‘nobre’ do que é.
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